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Foto do escritorOtavio Soares

A história do “Cuerpo de Veterinaria Militar” espanhol

Caro leitores,

Posto aqui um pouco sobre a história do Cuerpo de Veterinaria Militar da Espanha, texto escrito por mim baseado nas referêcnias que coloco logo abaixo.

Este texto faz parte de um projeto de pesquisa das capacidades inerentes a Medicina Veternária militar, que está sendo desenvolvido por mim, junto a outros colaboradores.

Cuerpo de Veterinaria Militar

           Os primeiros relatos da utilização das capaciades da Medicina Veterinária no Exército Espanhol datam do longíncuo 1344, onde homens denominados Mariscales, sob ordens do rei Pedro IV, o cerimonioso, tinham como obrigações a nutrição, o ferrageamento e o tratamento das enfermidades dos equinos; passam pelo período dos Reis Católicos em que estes homens se denominavam alveitares ferradores e chegam a 1505, que, segundo o historiador Saens de La Calzada, foi o ano em que Don Afonso V de Aragão, reuniu os Mariscales de seu exército para redigirem uma obra sobre Alveitaria (CAPARROS, 2003).

            Já em 1762, por um regulamento do Exército, são criados os cargos de Mariscal mayor, obrigatoriamente um para cada regimento de cavalaria, e alguns anos depois criam-se também os cargos de Mariscales segundos, cargo hierarquicamente inferior àquele (CAPARROS, 2003; DEL REAL, 2007).

            Após algumas décadas então, por influencia do início do ensino superior da Medicina Veterinária na França, é criada em 1792, o Real Colégio-Escola da Corte de Madri, que nasce como uma Academia Militar destinada a preparar alunos civis e militares à prática da Medicina Veterinária, e cuja existência leva a decadência da empírica Albeitería y Mariscalería, e consolida a Medicina Veterinária como ciência nesse país (DEL REAL, 2007).

            O prestígio científico e acadêmico criado em torno do Real Colégio-Escola de Madri, assim como pressões de seus catedráticos, que em parte eram Médicos Veterinários do Exército, culminou com a criação do Corpo de Veterinária Militar, em 15 de junho de 1845, com organização semelhante ao que se dava aos Médicos e Farmacêuticos, porém com subordinação à Inspetoria de Cavalaria (CAPARRÓS, 2003).

            Em 1856 é publicado o primeiro regulamento do Corpo que criava os cargos de alferes e tenente coronel e no ano seguinte, o Corpo passa à subordinação do Diretor Geral de Saúde Militar. Contudo, após aparente evolução, novo regulamento para o Corpo foi publicado, o que assinalava a volta à subordinação ao Inspetor de Cavalaria, a supressão dos postos militares e a oficialização da denominação de Professor, hierarquicamente inferior a qualquer oficial, e a imposição da utilização das divisas “VV”, as quais eram vistas por muitos como motivo de desonra (CAPARRÓS, 2003). A esta época, o Corpo contava com 160 oficiais, que variavam de Professor tercero, segundo, primero, mayor e Inspector (CUERPO DE VETERINARIA MILITAR, 1860).

            Justamente nesta época de dificuldades, surge dentro do Corpo, Eusebio Molina Serrano (1853-1924), ilustre Médico Veterinário militar espanhol, que segundo autores foi um marco divisional da Medicina Veterinária desse país, e cuja a vasta obra abriga a concepção de uma Medicina Veterinária militar academicamente forte e com altíssimos padrões de admissão; alta prolificidade em mais de cinco mil artigos técnicos e científicos publicados; a defesa do Médico Veterinário como autoridade sanitária nacional, que resultou na criação da Lei e Regulamento das Epizootias; e a defesa do Corpo de Veterinária Militar, que culminou com um novo regulamento para o mesmo em 1897 (CAPARRÓS, 2003, DEL REAL, 2007).

            Alguns anos antes, precisamente em 1889, após o Exército Espanhol passar por significativa reforma, era criada a quinta seção das Direções Gerais, denominada Negociado de Veterinária, a qual traria grande autonomia ao Corpo, criaria o cargo necessário a ascensão ao posto de Coronel, e teria como seu secretario, justamente Eusebio Molina Serrano (CAPARRÓS, 2003).

            O novo regulamento do Corpo, obra exclusiva de Molina, constituiu um grande marco na história do Corpo, trazendo segundo Caparrós (2003), “um novo amanhecer” aos Médicos Veterinários militares. O regulamento especificava o caráter sanitário e zooténico da Medicina Veterinária militar, assinalava novamente os postos militares para os membros do Corpo, igualava as oportunidades e recompensas em tempos de guerra e paz entre Médicos Veterinários e demais profissionais do Exército, proibia os chefes de outros corpos e centros de dispor de Médicos Veterinários para executar serviços estranhos ao regulamento do Corpo, colocou o chefe do Corpo como parte das juntas superiores de Saúde e econômicas de Remonta e Cria Cavalar e por fim reformulou os uniformes do Corpo, decretando o desaparecimento das divisas “VV” que também segundo o autor supracitado “tanto tinham molestado os componentes da Veterinária militar” (CAPARRÓS, 2003).

              O início do século passado foi para a Medicina Veterinária espanhola, período de muitas atividades, vários oficiais do Corpo de Veterinária militar se destacaram em tempos de paz, pela organização da produção animal e atividades frigoríficas nas colônias, como em tempos de guerra, por atos de bravura na campanha espanhola na África (CAPARRÓS, 2003).

            Em 1990 os Serviços de Saúde dos chamados Exércitos da Terra, do Mar e do Ar da Espanha se unem em um Corpo de Saúde Militar subordinado ao Ministério da Defesa, incluindo profissionais Médicos, Médicos Veterinários, Farmacêuticos, Dentistas e Psicólogos e nas décadas seguintes são implementados os planos de racionalização, que diminui drasticamente o número de profissionais e instalações de saúde militar pela nova aplicação operativa e não assistencialista da saúde militar e de modernização, que procura a valorização profissional e a maior captação de Médicos para o serviço militar

Referências:

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